quarta-feira, 13 de outubro de 2010

SOBRE SER MILITANTE

Falemos um pouco sobre ser militante, especialmente em ser militante entre o público dito LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros).

Desculpem meninas, mas como me identifico com o gênero masculino, farei um maior número de referências nesse gênero, mas saibam que me esforço para não ser exclusivista.

Quando é que uma pessoa deixa de ser “comum” e passa a ser um militante?  Temo que nessa questão, assim como em muitas outras, a coisa não seja tão fácil de definir. Parece que o conceito se dilui em uma série de sentidos e significados. Além do mais, quem lê, na hora que lê ( e depois também) atribui novos significados.  Mesmo assim, vejamos se é possível comunicar algo sobre isso.

Nos parece que todo mundo é militante, num primeiro momento, uma vez que todos agem e interagem no contexto específico que lhes confere singularidade.

O que queremos? Que mundo estamos querendo construir? Queremos manter esse mundo do jeito que ele é? Não queremos mudar o mundo?

Na verdade, todos querem mudar o mundo, só que cada um a seu modo. Os cristãos querem o reino de deus, assim como judeus,  muçulmanos e etc., mas nem aí há acordo. Uns pintam o reino com essas ou aquelas cores, outros já acham que ele é mais para o preto e branco, outros ainda acham que ele não tem cor nenhuma. Uns acham que é sobrenatural, outros acham que é supranatural, outros ainda o consideram imaterial.

 Bem, assim como os construtores do reino de deus não entram num acordo, também nós não temos muito claro se queremos ou não construir o “reino LGBTT”. Ao menos somos mais modestos e localizamos nossas pretensões aqui na terra, entre seres humanos e não as lançamos para além dos limites do possível. Mesmo assim, o que não falta é discordância entre nós. Uns querem ser gay escondidinho, outros querem ser gay as claras; uns querem adoração, outros querem ser amados; uns querem sexo casual, outros um relacionamento duradouro e com fidelidade... Não vamos entrar aqui numa tipologização sob o risco de nos perdermos.

Voltemos então ao “x” da questão: O que é ser um militante LGBTT? Para que ser um militante? Por que ser um militante?

A complexidade das perguntas requer que as respostas, necessariamente, sejam dadas coletivamente. Se alguém às responde sozinho, embora possa ser válida, essa resposta será apenas uma ínfima parcela da verdadeira resposta.  Isto significa que, seja qual for o nosso projeto de construção de um mundo novo, ele será sempre coletivo. Mas é um tipo de coletivo que não exclui a singularidade e a individualidade. Estas, na verdade, são condição para a coletividade. Eis aí um belo exemplo da velha dialética!

Desse modo, preocupar-se em responder essas questões é o mesmo que voltar-se para uma busca coletiva, é engajar-se numa luta que não é meramente individual.

Se alguém acha que poderá resolver as grandes questões que governam nossas vidas de maneira unicamente individual – pior ainda, com um individualismo consumista e hipócrita – está profundamente enganado. Todo projeto de “mundo novo” ou “mundo melhor” é necessariamente coletivo. 

Agora, se você não quer um mundo melhor, está satisfeito com esse, de duas uma: ou você é um burguesinho desgraçado ou vendeu-se e está a serviço deles.

 Não existe a possibilidade de um mundo mais justo, se continuamos insistindo em determinadas relações em que a propaganda se sobrepõe à realidade. Infelizmente, o que temos nos dias atuais é, não uma dialética, mas uma contradição radical entre o que vivemos e o que acreditamos e/ou pensamos.

Em outras palavras: vivemos  no reino da mentira e da hipocrisia. É verdade que sempre houve hipócritas e mentirosos, mas eles nunca foram tantos e nunca tiveram tanto poder.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010



 Mais algumas fotos para as amigas e os amigos que acompanham o blog. Neste sábado, 16/10/10, as 16 h, estaremos nos reunindo para avaliar o encontro os rumos da secretaria. Mas todos que quiserem participar estão convidados. 
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