terça-feira, 30 de novembro de 2010

FALA DE 27/11/10 – PLENÁRIA ESTADUAL / CSP-CONLUTAS

Os nossos nomes falam apenas da nossa superfície... As vezes é preciso ir mais fundo se quisermos falar de quem somos verdadeiramente e, quando fazemos isso, começamos a descobrir que, quanto mais fundo vamos, mais iguais nos tornamos...

Tudo isso tem a ver com este encontro, esta plenária?
É que, ao trabalhar, nós fazemos quem somos... E nós somos muito mais do que pensamos. Ao trabalhar eu produzo subjetividades, estou me fazendo e fazendo os outros com quem trabalho. Perder essa dimensão do trabalho é alienar-se; torna-se uma ação alienada e alienante... é uma aliena-ação. O trabalho tem uma dimensão totalizante, universalizante, perder a dimensão do todo é alienar-se. Isso significa considerar o trabalho não numa dimensão excludente mas englobadora, integradora, unificadora. Tanto do ponto de vista do indivíduo quanto do ponto de vista do grupo... Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros também são trabalhadores, também trabalham. Muitas vezes o que faço no meu emprego é justamente o contrário de trabalho e quem está desempregado trabalha mais do que eu...

Não creio, como muitos, que não é possível distinguir o certo do errado, o humano do desumano, o sujeito de uma coisa... Recuso-me a ser tratado como uma coisa. Quero crer que sou mais do que um mero objeto. Recuso-me a aceitar que não participo da construção de quem sou... não aceito ficar de fora da construção de mim mesmo, isto é, farei tudo o que puder para que meu trabalho não seja um trabalho alienado, por isso não excluirei da equação algo de fundamental na minha fabricação: ser homossexual.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

MAS NÃO TEM PROBLEMA!! NO ANO QUE VEM TEM PARADA DENOVO... NA PAULISTA!!! PARA QUE SERVE MESMO A PARADA?


GUILHERME REED
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


(...) A polícia investiga se algum ataque teve motivação homofóbica. Isso porque, de acordo com o boletim de ocorrência, no momento da agressão foram disparadas frases como "suas bichas, vocês estão juntas".
"Recebi a ligação quando ele já estava detido. Foi uma atitude infantil. Ele sai sempre com os amigos e nunca aconteceu absolutamente nada. Consegui falar com ele rapidamente na delegacia. É um garoto que tem boas notas. Estou constrangida pela situação", disse a mãe de um rapaz de 16 anos.
À Folha, a mulher contou que os rapazes detidos estudam juntos em um colégio do Itaim Bibi, bairro nobre da região oeste de São Paulo. Segundo ela, o fato de estarem em grupo pode ter favorecido a atitude do filho. "Ele não bebe. Vou tomar uma atitude em relação a isso, dar alguma punição ou talvez procurar um especialista."
Ela relatou ainda que o filho disse estar machucado e, quando ela perguntou o que havia ocorrido, ele respondeu: "mexeram com a gente".


AGRESSÃO
Primeiro, os cinco suspeitos atacaram dois amigos no início da avenida, na altura do número 459. Uma vítima conseguiu fugir em direção ao metrô, e a outra desmaiou com a agressão.
Em seguida o grupo seguiu pela avenida e, na altura do número 700, atacou um outro jovem, que foi ferido no rosto. Uma testemunha viu a agressão e chamou a Polícia Militar, que alcançou os cinco, detidos em flagrante.
A PM identificou o grupo como skinheads. No entanto, em depoimento à reportagem, uma das vítimas disse que eles não tinham a aparência característica de skinheads, como cabeças raspadas, e estavam bem vestidos, usando roupas de marcas famosas.
O jovem que desmaiou na avenida foi socorrido no pronto-socorro Vergueiro, muito machucado, e encaminhado ao hospital Oswaldo Cruz. As outras duas vítimas estão no 5º Distrito Policial (Aclimação), que investiga o caso.

domingo, 14 de novembro de 2010

BEM-VINDAS (OS)

Agora podemos contar com a colaboração de mais três integrantes em nossa secretaria: Jackson, Ester e Elcione. 
Que a sua chegada seja o prenúncio de grandes coisas, conforme o brilho que cada um irradia de maneira tão singular! Bem-vindos amigas (o), nessa luta nos irmanamos!!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Como prometido, aqui vai o nosso balanço do encontro do dia 25/10 

(Por Cleusa Trindade)
PESSOAS PRESENTES: CERCA DE 50 PESSOAS
DENTRE ELAS:
 (PROFESSORES de SP e também de Lorena, (de base e outros também que fazem parte de grupos específicos glbt, ), METALÚRGICOS (Vale do Paraíba),
TRABALHADORES DA SAÚDE DO MUNICÍPIO de SP;
 ESTUDANTES DA UNIBAN (CAMPO LIMPO)  E USP;
 REPRESENTANTES SINDICAIS: APEOESP, METROVIÁVIOS,  
GT- CONLUTAS
ALUNOS DE ESCOLAS ESTADUAIS

TAMBÉM TEVE PARTICIPAÇÃO DE GRUPOS DO MOVIMENTO LGBT: 
1.GAPPA
2. ELES
3.GATTA
4. ORGULHO E LUTA
5. CIDADANIA TRANS
Manhã: grupos de discussão, conforme programação folder
Tarde-mesa temática: Educação e Diversidade :
 Debatedores:
Wilson Silva - Professor da UNIBAN E MOV. NEGRO 
Marco Antonio - Vice -diretor da E.E.José Vieira de Moraes


Quem organizou: A secretaria LGBT da Subsede Sul da Apeoesp . Importante: Partiu da ação de professores da base, com o apoio da Oposição Alternativa, que coordena a Subsede.
Foi um encontro diferenciado dos normalmente feitos sobre opressão, pois primeiro: partiu da base; segundo: a discussão deu-se com um recorte marcadamente social, o  dia-a-dia de alunos, pais , professores e toda a comunidade escolar da periferia, os problemas enfrentados, não só na escola, como na sociedade em geral.
Tivemos mais de 100 inscrições entre professores com diferentes orientações e identidades sexuais, porém foi grande a homofobia e o medo de se ver relacionado a esse tipo de debate. Muitos professores não foram, além de estarem repondo greve, por causa da pressão que sofrem nas escolas, mesmo com orientação sexual heterossexual, se viram intimidados por pais conservadores e até por colegas.

Segue pequeno comentário  feito pelo Douglas (GT-Conlutas LGBT)

                                        
“Cleusa,
Queria ver contigo os desdobramentos do seminário.
Primeiro, acho que foi um sucesso. Ainda que não tenha lotado, o mais importante é ter acontecido, uma vez que os sindicatos não tem tradição de fazer isso. Segundo, aconteceu em meio às eleições, à reposição de aula, e mais um monte de atividades que sugou a militância e a vanguarda. Terceiro, houve uma participação ampla, de dirigentes, professores, alunos, militantes e grupos do movimento GLBT, e isso é qualitativo e representativo.
Creio que o balanço é absolutamente positivo.”

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

SOBRE SER MILITANTE

Falemos um pouco sobre ser militante, especialmente em ser militante entre o público dito LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros).

Desculpem meninas, mas como me identifico com o gênero masculino, farei um maior número de referências nesse gênero, mas saibam que me esforço para não ser exclusivista.

Quando é que uma pessoa deixa de ser “comum” e passa a ser um militante?  Temo que nessa questão, assim como em muitas outras, a coisa não seja tão fácil de definir. Parece que o conceito se dilui em uma série de sentidos e significados. Além do mais, quem lê, na hora que lê ( e depois também) atribui novos significados.  Mesmo assim, vejamos se é possível comunicar algo sobre isso.

Nos parece que todo mundo é militante, num primeiro momento, uma vez que todos agem e interagem no contexto específico que lhes confere singularidade.

O que queremos? Que mundo estamos querendo construir? Queremos manter esse mundo do jeito que ele é? Não queremos mudar o mundo?

Na verdade, todos querem mudar o mundo, só que cada um a seu modo. Os cristãos querem o reino de deus, assim como judeus,  muçulmanos e etc., mas nem aí há acordo. Uns pintam o reino com essas ou aquelas cores, outros já acham que ele é mais para o preto e branco, outros ainda acham que ele não tem cor nenhuma. Uns acham que é sobrenatural, outros acham que é supranatural, outros ainda o consideram imaterial.

 Bem, assim como os construtores do reino de deus não entram num acordo, também nós não temos muito claro se queremos ou não construir o “reino LGBTT”. Ao menos somos mais modestos e localizamos nossas pretensões aqui na terra, entre seres humanos e não as lançamos para além dos limites do possível. Mesmo assim, o que não falta é discordância entre nós. Uns querem ser gay escondidinho, outros querem ser gay as claras; uns querem adoração, outros querem ser amados; uns querem sexo casual, outros um relacionamento duradouro e com fidelidade... Não vamos entrar aqui numa tipologização sob o risco de nos perdermos.

Voltemos então ao “x” da questão: O que é ser um militante LGBTT? Para que ser um militante? Por que ser um militante?

A complexidade das perguntas requer que as respostas, necessariamente, sejam dadas coletivamente. Se alguém às responde sozinho, embora possa ser válida, essa resposta será apenas uma ínfima parcela da verdadeira resposta.  Isto significa que, seja qual for o nosso projeto de construção de um mundo novo, ele será sempre coletivo. Mas é um tipo de coletivo que não exclui a singularidade e a individualidade. Estas, na verdade, são condição para a coletividade. Eis aí um belo exemplo da velha dialética!

Desse modo, preocupar-se em responder essas questões é o mesmo que voltar-se para uma busca coletiva, é engajar-se numa luta que não é meramente individual.

Se alguém acha que poderá resolver as grandes questões que governam nossas vidas de maneira unicamente individual – pior ainda, com um individualismo consumista e hipócrita – está profundamente enganado. Todo projeto de “mundo novo” ou “mundo melhor” é necessariamente coletivo. 

Agora, se você não quer um mundo melhor, está satisfeito com esse, de duas uma: ou você é um burguesinho desgraçado ou vendeu-se e está a serviço deles.

 Não existe a possibilidade de um mundo mais justo, se continuamos insistindo em determinadas relações em que a propaganda se sobrepõe à realidade. Infelizmente, o que temos nos dias atuais é, não uma dialética, mas uma contradição radical entre o que vivemos e o que acreditamos e/ou pensamos.

Em outras palavras: vivemos  no reino da mentira e da hipocrisia. É verdade que sempre houve hipócritas e mentirosos, mas eles nunca foram tantos e nunca tiveram tanto poder.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010



 Mais algumas fotos para as amigas e os amigos que acompanham o blog. Neste sábado, 16/10/10, as 16 h, estaremos nos reunindo para avaliar o encontro os rumos da secretaria. Mas todos que quiserem participar estão convidados. 
entre em contato:
e-mail       lira29paz@yahoo.com.br






segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ENCONTRO DIA 25/09 - SÁBADO

NÃO ESQUEÇAM!!! NESTE SÁBADO, 25/09, TEREMOS O NOSSO ENCONTRO REGIONAL... NOSSOS CARTAZES ESTÃO FAZENDO MUITO SUCESSO POR ONDE PASSAM... E NOSSO ENCONTRO TEM DE DESBANCAR OS PSEUDOMILITANTES QUE ACHAM QUE SÃO DONOS DO MOVIMENTO!!! SALVE ... SALVE....

sábado, 28 de agosto de 2010

VAMOS ESCOLHER UM LOGO PARA NOSSA SECRETARIA

A ROSA DOS VENTOS (Ou Pentagrama)

A rosa dos ventos, que indica as quatro direções fundamentais e suas intermediárias, é o principal símbolo usado para orientação, seja na antiguidade ou nos dias atuais. Como a nossa secretaria está inserida num contexto em que são relevantes as diversas “direções” para onde o nosso desejo pode se orientar, cremos que é bastante pertinente.

No entanto, facilmente podemos perceber que ela se configura no formato de um pentagrama. Este, por sua vez, é carregado de simbologia e mistério. Assim como nós, está mergulhados num mar de sentidos e significações cujas raízes estão além do tempo consciente. Está associado ao símbolo da deusa romana Vênus e é encontrado na natureza, como a forma que o planeta Vênus faz durante a aparente retroação de sua órbita. Trata-se de um dos símbolos pagãos mais utilizados nos cerimoniais, uma vez que representa os quatro elementos (água, terra, fogo e ar) coordenados pelo espírito. É considerado um talismã muito eficiente.
O pentagrama é conhecido também como o símbolo do infinito, já que é possível fazer outro pentagrama menor dentro do pentágono regular do pentagrama maior , e assim sucessivamente.
Possui simbologia múltipla, sempre fundamentada no número cinco, que expressa a união dos desiguais. Representa uma união fecunda, o casamento, a realização, unindo o masculino e o feminino,  simbolizando,  dessa forma, o andrógino.

FONTES: www.wikipedia.org
                 CAMPBELL, Joseph (1904 - 1987). A mascara de Deus: mitologia ocidental. Tradução Carmen  Fischer. São Paulo: Palas Atenas, 2004.

O GRITO

Este desenho é uma paródia da obra expressionista “O Grito” (Skrik), do norueguês Edvard Munch, em 1893. O original representa uma figura andrógina num momento de desespero e profunda angústia existencial.
A nossa versão expressa a capacidade que temos de transformar dor em alegria e a nossa vontade tremenda de gritar aos quatro cantos: CHEGA DE HIPOCRISIA!!! VIVA A FELICIDADE!!! VIVA A DIVERSIDADE!!
O BRASÃO

Não se sabe muito bem quando os brasões começaram a ser utilizados. Mas sabemos que no Império Romano (e antes também) determinadas imagens/objetos eram utilizados para veicular uma mensagem. Eram verdadeiros símbolos ou ícones, como o feixe de varas ou a águia. No entanto, vamos destacar o sentido do brasão mesmo, isto é, aquele que segue os princípios da Heráldica. Este, certamente remonta à Idade Media européia (séculos XIII, XIV) e tinha a principal finalidade de identificar indivíduos, famílias, clãs, corporações, cidades, regiões e nações.
O desenho de um brasão é normalmente colocado num suporte em forma de escudo que representa a arma de defesa homônima usada pelos guerreiros medievais.Era comum, nos séculos XIV e XV, os brasões serem pintados ou cosidos sobre as cotas de malha. Não se sabe, com rigor, quando é que esta prática teve início. Não eram fornecidos ao acaso para as pessoas, era necessário, pelo menos no início de sua utilização, atos de coragem e bravura para se adquirir um brasão. Era uma maneira de homenagear heróis e suas famílias.
Achamos que o brasão é um bom símbolo para nossa luta, que também requer, muitas vezes, atos de renúncia e altruísmo e que está cheia de heróis e heroínas.


A COROA DE LOUROS

Para alguns, a origem do uso da coroa de louros está no mito de Dafne, uma ninfa que transmutara-se em um pé de louro para fugir de Apolo. O deus, então, fizera com as folhas uma coroa, com a qual passou a ser representado.
Na Grécia Antiga, em vez de receberem as atuais medalhas de ouro, prata e bronze, os atletas eram premiados com as coroas de pequenos ramos de oliveira entrelaçados, que representavam a suprema glória para a alma grega. Na mitologia grega este era um dos símbolos usados por Apolo, deus da Luz, da Cura, da Poesia, da Música e da Profecia, protetor dos atletas e dos jovens guerreiros.
Mas, assim como o pentagrama, a “coroa de folhas” remete a um sentido muito mais primitivo: o jardim mítico da vida, onde a árvore, o eixo do mundo, o eterno sol e as águas sempre vivas irradiam graças a todos os quadrantes. Neste caso, o símbolo indica o indivíduo mortal caminhando para sua própria imortalidade. 

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

RELATÓRIO SEMESTRAL


DOS FINS
A Secretaria foi criada, em abril de 2010, e tem como fim combater o preconceito e a discriminação contra os gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e transgêneros, num contexto de luta de classes, através da emancipação da consciência e da promoção da liberdade e da diversidade.

DAS ATIVIDADES
Desde sua criação, por meio de seus integrantes, a secretaria participou e desenvolveu as seguintes atividades:
ü     Participação e defesa dos interesses do público LGBTT no Congresso da Conlutas.
ü     Participação e defesa dos interesses do público LGBTT no Congresso da Classe Trabalhadora, em Santos.
ü     Participação das discussões programáticas do PSTU, com a presença efetiva de representantes no GT GLBTT.
ü     Participação e defesa dos interesses representados pela subsede nas listas de discussão do Fórum LGBT e CONEXÃO.
ü     Visita e intervenção em caso de homofobia na E. E. Giulio Davi Leone, com os devidos encaminhamentos.
ü     Realização de encontro de esclarecimento na E. E. José Vieira de Morais.
ü     Realização do Cine Pipoca, com o objetivo de motivar e integrar os participantes da secretaria, bem como promover o surgimento de novas perspectivas de análise.
ü     Elaboração e apresentação à Coordenação/Executiva da Subsete de Projeto de Intervenção nas escolas.
ü     Início de um banco de informações (livros, textos, filmes, etc.) relacionada ao público LGBT.
ü     Início de uma rede de contatos para futuras articulações e parcerias.
ü     Elaboração e atualização periódica do blog da secretaria.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Façamos nossas as palavras da colega....


Camily, Camily...

Ainda estávamos nos acostumando com seu novo nome, quando a vida nos prega esta peça... Sim, porque todo mundo a conhecia simplesmente como Cotonete, lembra? De quando você começou a se montar, magriiinha, parecia um cotonete mesmo (rsrs). Mas o sorrisão já te deixava linda como Cotonete, e mais ainda quando você se descobriu travesti e adotou Camily.

Bicha, acho que você era a única travesti de Campinas que era unanimidade. TODO MUNDO gostava de você. E tinha como não gostar de uma pessoa tão boa, que não fazia mal a um mosquito..?

Estou indignada e muito puta com o que aconteceu. E mais puta ainda com as injustiças que você sofreu mesmo depois de atacada. Injustiça dos policias que liberaram o assassino, mesmo ele tendo sido pego em flagrante tentando jogar você, desacordada, numa valeta.

Injustiça daquele projeto de jornal que escreveu uma matéria absurda sobre você, te chamando de “homem” o tempo todo e não questionando a versão mentirosa do assassino.

Injustiça dessa sociedade homofóbica que te empurrou para a marginalidade como faz diariamente com tantos meninos e meninas trans e depois os criticam quando são mortos, como borboletas, em situações de extrema vulnerabilidade e degradação. Você foi a 38ª trans assassinada este ano no Brasil. A 112ª LGBT. A 9ª LGBT assassinada este ano no Estado de São Paulo, que ocupa a 3ª colocação em números de mortes (só perde para a Bahia e pro Rio de Janeiro).

E o pior, Camily, é ficar aqui, com este sentimento de que não podemos fazer nada.

Ainda bem que podemos, sim. Podemos resgatar um pouco da justiça que você não teve. É o mínimo que acho digno. Eu como militante, drag queen e presidente de uma instituição, prometo que vou atrás disso com nossos colegas militantes e não vou sossegar até esse criminoso estar atrás das grades.

E não vou sossegar até que aquela área degrada do entorno da velha rodoviária seja revitalizada, para que a violência não nos ameace a todos que circulam na região. Como você, naquela noite fatídica.

Pode deixar que vamos olhar pela sua mãe. E o que a sua família precisar, estarei aqui.

Adeus, minha amiga Camily. Descanse em paz porque aqui nós vamos lutar para que esse crime não fique impune.

Lohren Beuty

terça-feira, 27 de julho de 2010

VOCÊ AINDA ACHA QUE NÃO PRECISAMOS NOS DEFENDER?

LEIAM ESTE DEPOIMENTO E REFLITAM SOBRE A IMPORTANCIA DE NOSSA MOBILIZAÇÃO...
ENQUANTO PROLIFERAM OS MILITANTES PASTEURIZADOS, CASOS COMO ESTE CONTINUAM ACONTECENDO!

Ola a todas as pessoas
 
Não sei bem como começar esse email,
 Ainda stou em choque com a noticia.
A companheira Camille foi agredida com pauladas na cabeça e esta desfigurada e em coma no Hospital Mario Gatti.
O Agressor foi preso tentando ocultar  corpo dela, achando que ela já estava morta, dise a policia que ela tentou obriga-lo a fazer um programa, não irei entrar no merito se é crime de transfobia, homofobia ou qualquer outro motivo, pois sempre que acontece isso com uma travesti  alguem vem a perguntar!
"Mas oque ela fez???"
Ser travesti no Brasil é isso, correr risco de morte......
Mas oque interessa nesse momento e que a companheira consiga sobreviver e que esse crime possa ser investigado.
Cabe salientar que ela estava apenas de calcinha e que o mostro alega legitima defesa!
 
Sem palavras!!!
 
Janaina Lima  
 

 

 

--
Janaina Lima - Identidade Campinas

sexta-feira, 16 de julho de 2010

16/07/2010 - 14h58

Juíza argentina se nega a casar gays mesmo que "custe sua própria vida"

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DA FRANCE PRESSE, EM BUENOS AIRES

Uma juíza de paz argentina afirmou nesta sexta-feira que jamais realizará o casamento de casais homossexuais, um dia depois de o Senado aprovar uma lei que autoriza essas uniões.
"Que me acusem do que quiser. Deus me diz uma coisa e eu vou obedecer com todo rigor, mesmo que custe meu cargo, e mesmo que me custe a vida", afirmou Marta Covella, juíza de paz da cidade de General Pico.
"Fui criada lendo a Bíblia e sei o que Deus pensa. Deus ama a todos, mas não aprova as coisas ruins que as pessoas fazem. E uma relação entre homossexuais é uma coisa ruim diante dos olhos de Deus", assinalou ainda.
A Argentina se converteu na madrugada de quinta-feira no primeiro país da América Latina a autorizar o casamento entre homossexuais, com uma histórica e longa votação no Senado.
A lei foi aprovada com 33 votos a favor, 27 contra e 3 abstenções, depois de uma sessão que durou mais de 14 horas e apesar da oposição da Igreja católica, que liderou uma intensa mobilização social para impedir a aprovação do projeto.
A nova legislação propõe reformar o Código Civil mudando a fórmula de "marido e mulher" pelo termo "contraentes" e prevê igualar os direitos dos casais homossexuais com os dos heterossexuais, incluindo os direitos de adoção, herança e benefícios sociais.
A Igreja lançou na última semana uma forte ofensiva contra a lei e mobilizou na terça-feira milhares de seus fieis para pressionar contra sua aprovação.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/767958-juiza-argentina-se-nega-a-casar-gays-mesmo-que-custe-sua-propria-vida.shtml


Ainda


15/07/2010 - 17h55

Sem lei sobre casamento gay, brasileiros buscam alternativa jurídica

FABRICIA PEIXOTO
da BBC BRASIL, em Brasília

Sem uma lei específica sobre a união entre pessoas do mesmo sexo, os homossexuais brasileiros têm de recorrer à Justiça para formalizar seus relacionamentos.
Segundo a advogada Sylvia Maria Mendonça do Amaral, especialista no assunto, a decisão fica nas mãos dos juízes, que "naturalmente" acabam julgando de acordo com seus "próprios valores morais".
"Vemos casos praticamente idênticos com resultados opostos. Enquanto um casal consegue, outro simplesmente tem seu pedido negado", diz a advogada, que há 12 anos pesquisa o tema.
"No final das contas, o casal fica sujeito à sorte, porque o resultado depende de qual juiz irá decidir sobre o caso", acrescenta.
Ainda de acordo com Sylvia, o número de decisões favoráveis à união entre gays tem crescido a cada ano no país. "O Judiciário acaba legislando, e essa não é sua função", diz a especialista.



Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/bbc/767470-sem-lei-sobre-casamento-gay-brasileiros-buscam-alternativa-juridica.shtml

domingo, 11 de julho de 2010

DANDO NOTÍCIA III

Abaixo Segue o trecho de uma postagem do blog de um militante de Campinas. Para quem pensa que já vivemos num mundo perfeito e que não é necessário lutar! 
Refere-se a um fato ocorrido em 10/07/2010 e o blogueiro é "Deco Ribeiro".


(...)
E cadê o PLC 122/06 que não é aprovado, pra tornar a homofobia logo crime duma vez? Quantos Alexandres e Jhonatans terão que morrer?

Vou deixar vocês com o desabafo que o primo da Lohren, Caíque, amigo da vítima e que estava na cena, postou no twitter:

"Ontem um segurança do CAMP CHOPP deu uma garrafada num amigo meu de 17 ANOS! É uma vergonha tanto PRECONCEITO! Ele acabou desmaiando e perdeu muito sangue, pois rasgou a cabeça dele. É uma vergonha esse tipo de atitude! SAMU levou MAIS DE 30 minutos! E o pior de tudo, chega a polícia já gritando e jogando spray de pimenta. Hoje ele está bem, está se recuperando. Mas até QUANDO temos que morrer pra mostrar pros FILHA DA PUTA dos governantes QUE GAY NÃO É BICHO! Ou será que estão esperando o extermínio das gays pra POR NO JORNAL "Gay está em EXTINÇÃO"? Não somos animais! SOMOS SERES HUMANOS E TEMOS DIREITO DE VIVERMOS BEM NUMA SOCIEDADE ONDE TUDO É PADRÃO. QUE PENA! Não temos que IMPLORAR por direitos. Quando acordarmos pra vida iremos ver que SOMOS MENDIGOS de presidentes e vereadores."



sexta-feira, 9 de julho de 2010

DANDO NOTÍCIA II

Travestis são baleados no ABC paulista


Uma das vítimas atacadas em São Bernardo do Campo morreu na hora.
Um travesti morreu e outro foi ferido a tiros no Centro de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, no início da madrugada desta terça-feira (6), informou a Polícia Civil.
Os travestis foram baleados na Avenida Faria Lima, por volta de 1h30. Um deles morreu na hora, enquanto o outro sobreviveu, está internado e deve ajudar a polícia a esclarecer as circunstâncias do ataque.

DANDO NOTÍCIA...

(Adaptado do Jornal Folha de São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2010)


SÉRGIO CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA


Devemos pensar em como enfrentar a homofobia e os crimes de ódio que ela motiva. Um esforço importante foi feito pela Fundação Perseu Abramo, ao conduzir em 2009 uma pesquisa nacional.
Disseram sentir "antipatia", "repulsa" e até "ódio" por lésbicas, gays, travestis e transexuais 20% dos entrevistados; cerca de 40% ainda consideram a homossexualidade "safadeza", "falta de caráter" ou "doença".
Homens tendem a ser mais homofóbicos que mulheres, e a homofobia cresce conforme caem os anos de estudo. O que surpreende é que homens jovens, de 16 a 24 anos, são mais homofóbicos que seus pais e quase tanto quanto seus avôs. Entre as mulheres, a homofobia cresce conforme a idade. Assim, se só 1% das mais jovens disseram que expulsariam filho gay ou filha lésbica de casa, 14% dos homens nessa faixa etária disseram o mesmo.
Os poderes públicos devem dar sinais claros de que gays, lésbicas, travestis e transexuais merecem o mesmo respeito e amparo legal.  
Justiça e Executivo vêm tomando medidas importantes, mas o Congresso parece hesitar em aprovar projetos como o que abre o casamento independentemente da orientação sexual ou o que criminaliza a homofobia.


SÉRGIO CARRARA é antropólogo e coordenador do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos

sexta-feira, 2 de julho de 2010

EDUCAÇÃO BÁSICA E HOMOSSEXUALIDADE




Concordamos com o pensador Bordieu quando ele afirma que as estruturas sociais e econômicas interferem na formação dos indivíduos. Estamos certos, assim como ele, que o sistema de ensino possui uma  a face oculta, e que essa face oculta pretende reproduzir, de maneira dissimulada, as estruturas de exclusão, discriminação e marginalização da sociedade.

Assim, todo sistema de ensino institucionalizado visa em alguma medida realizar de modo organizado e sistemático a inculcação dos valores dominantes e reproduzir as condições de dominação social que estão por trás de sua ação pedagógica. Isso explica a desigualdade que está na base do processo de seleção escolar (BOURDIEU, Apud Rodrigues, 2000, p. 87).

Desse modo, as condições de classe de origem dos alunos, ou seja, o tipo de habitus, o capital cultural e, em grande medida, o seu gênero e sua orientação sexual, irão determinar tanto as chances que esse aluno tem de ingressar na escola quanto as que ele tem de progredir nos estudos.
Achamos também muito pertinente as considerações de Bourdieu, comentadas pelo Professor Alberto Tosi Rodrigues, a respeito da violência simbólica operada nas escolas:

O conceito de 'violência simbólica' designa para eles (Bourdieu e Passeron) uma imposição arbitrária que, no entanto, é apresentada àquele que sofre a violência de modo dissimulado, que oculta as relações de força que estão na base do seu poder. A ação pedagógica, portanto, é uma violência simbólica porque impõe, por um poder arbitrário, um determinado arbitrário cultural (RODRIGUES, 2000, p. 86).

 A nosso ver, tanto a expressão "face oculta" quanto a de "violência simbólica" são muito apropriadas nesta nossa reflexão. Tomada num sentido mais amplo, a expressão face oculta, de um lado, serve para traduzir aquilo que está por trás do discurso pedagógico oficial no Brasil; já a expressão violência simbólica, por sua vez, serve bem para denotar a força com que esse discurso hegemônico tem se imiscuído na vida cotidiana dos alunos e professores das escola públicas de ensino fundamental e médio. Ou seja, por trás de um discurso que tem a pretensão de ser moderno e progressista, existe toda uma força conservadora e reacionária que tem mantido - quando não reforçado - a exclusão e a discriminação, sobretudo no caso de jovens com orientação sexual destoante. 

Segundo a socióloga Maria Celi Scalon, numa reportagem publicada na revista Veja de 30 de junho de 1999, os estudantes das escolas particulares tem uma chance em nove de passar no vestibular, enquanto os de escola pública possuem a chance de 1 em 104; um filho de trabalhador rural terá 1140 vezes menos chance de sucesso do que o filho de um advogado, engenheiro ou médico (SCALON, 1999, p. 40). Imagine se acrescentar-mos a essa condição o fato dele ser homossexual... 
Obviamente, achamos difícil ser otimistas diante de uma realidade tão excludente. Além disso, como bem observa  Apple (1998), as políticas públicas dessa última década apenas tem, no fim das contas, caminhado no sentido de transformar a democracia em práticas de mercado, o que tem levado a exacerbação das divisões sociais que envolvem tanto a classe quanto a raça e, a nosso ver, também o gênero e a orientação sexual.  Mas o discurso hegemônico, em momento algum, tem deixado transparecer o que subjaz  à sua proposta. O que aparece é por força da própria realidade que, a despeito de todo esforço contrário, acaba dando sinais de uma situação incrivelmente problemática, da qual somos capazes de perceber, na maioria da vezes, apenas a ponta do iceberg: jovens agredidos verbal e fisicamente, professores despreparados para lidar com questões de sexualidade - e mais ainda com a homossexualidade -, propostas pedagógicas conteudistas e ineficazes e uma infra-estrutura precária.  
Ou seja, por trás  do discurso modernizante o que existe são opiniões tecnocráticas que acabam mascarando todo um projeto reacionário que preconiza a minimização do Estado do bem-estar social e a proeminência sem reserva do reino do mercado e do consumidor. Sendo este último o substituto comercial do cidadão. De tal modo que a educação pública, num ritmo mais ou menos acelerado, acaba seguindo essa lógica.
A guinada conservadora - que chamei em outro lugar de restauração conservadora (APPLE, 1993, 1996) - foi o resultado do exitoso esforço da direita para construir uma ampla aliança (...) Isto é, ela costurou, criativamente, diferentes tendências e compromissos sociais e organizou-os sob sua própria liderança geral nas questões ligadas a bem-estar social, cultura, economia e, como veremos neste artigo, educação (APPLE Apud Rodrigues, 2000, pp. 113 - 114).

Embora o autor esteja se referindo mais especificamente à realidade norte-americana, cremos que suas constatações são perfeitamente aplicáveis no caso brasileiro.
Neste ínterim, convém lembrar as considerações de Gramsci, o qual defende que, para se chegar ao poder não basta ganhar eleições ou dar um golpe de Estado, é necessário também ganhar a batalha do convencimento a fim de se obter um consenso social em torno de suas concepções (GRAMSCI Apud Rdrigues, 2000). Por isso é muito importante o surgimento de intelectuais e pessoas esclarecidas sobre a naturalidade da homossexualidade. O papel que nós homossexuais devemos assumir nessa batalha de idéias pela hegemonia política e ideológica é de fundamental importância. Sendo assim, onde estão os intelectuais orgânicos dos homossexuais brasileiros? Tememos que no caso do Brasil, os neoliberais conservadores estejam ganhando esta batalha. Mesmo porque, diante do quadro educacional oferecido aos jovens homossexuais, dificilmente sairão daí os intelectuais orgânicos capazes de falar por, para e com eles; de modo que esses não têm sido capazes - pelo menos não de maneira eficiente - de fazer frente a força e ao dinamismo com que tem se propagado o discurso hegemônico, que nada mais é do que uma versão oficial dos instrumentos de manutenção e reforço de determinadas estruturas que mascaram, de maneira muito eficiente, toda força de dominação e exclusão social que está por trás da ação pedagógica institucionalizada.
Para superar esse discurso hegemônico que, em última análise significa um mascaramento dos preconceitos, da discriminação e do elitismo,  temos que, antes de tudo, sermos honestos em nossas considerações sobre a educação pública no Brasil e assumir com coragem a temática da homossexualidade num contexto pedagógico e saudável. Só assim seremos capazes de caminhar no sentido de construir uma educação ideal, que seja inclusiva e não excludente, que seja realmente formadora e transformadora, ao invés de conservadora e deformadora. Para isso, ela tem que oferecer um instrumental consistente aos homossexuais, a fim de que estes possam também construir o seu discurso, criar os seus intelectuais orgânicos e ocupar o espaço que lhes é tirado e usufruir dos direitos que lhes são negado, caso contrário, não haverá democracia e jamais atingiremos aquilo que Mannheim denomina de sociedade sadia.

(Luciano Paz de Lira - Pela Secretaria GLBTT - Apeoesp/Subsul/ Sto. Amaro)

terça-feira, 29 de junho de 2010

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Saudações coloridas e revolucionárias...

Queremos partilhar com vocês mais um pouco de nossas experiências.
Nesses últimos sábado e domingo, 26 e 27/08, estivemos presente no seminário de discussão do programa do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados). Por que o fizemos? Primeiro porque fomos convidados; segundo porque julgamos importante nossa contribuição para o delineamento de uma proposta efetiva para uma política de Estado LGBT. Sempre procuraremos atender os convites feitos por toda instituição que estiver disposta a discutir a questão.

Iniciamos apresentando o programa do partido nessa área, seguida de nossas sugestões, que hão de servir para enriquecê-lo.
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O QUE JÁ CONSTAVA NO PROGRAMA

Trabalho

  • Contra o assédio moral e sexual: contra as diferentes formas de perseguição, humilhação e discriminação sofridas pelos GLBTs em locais de trabaho.
  • Contra a demissão de trabalhadores, principalmente aquelas motivadas pelo preconceito.
  • Contra a precarização das relações de trabalho.

Moradia

  • Pela proibição de qualquer norma que restrinja o direito de livre escolha de local de moradia.
  • Pelo acesso ao crédito e financiamento a casais do mesmo sexo.

Forças Armadas

  • Pelo fim da homofobia institucionalizada das Forças Armadas.

União Civil

  • Pela união civil de casais do mesmo sexo, com e extensão de todos os direitos concedidos aos heterossexuais para os casais homossexuais.

Adoção

  • Pelo direito à adoção.
  • Por creches para os filhos de trabalhadores e trabalhadoras
  • Por licença-maternidade e paternidade

Educação

  • Por uma educação voltada ao respeito à diversidade sexual.
  • Pela inclusão da disciplina de educação sexual nas escolas e nos cursos de formação de professores.
  • Por um ensino laico, sem influência dos moralismos religiosos e conservadores.
  • Pela inclusão do nome social no sistema de ensino em todos os níveis para estudantes transgêneros.

Nome social para transgêneros

  • Pelo reconhecimento do nome social em documentos, órgãos públicos e privados para travestis e transgêneros, inclusive nas escolas, universidades e locais de trabalho.
  • Pela desburocratização e maior agilidade no processo de alteração do nome nos registros e documentos do indivíduo.

Saúde

  • Por uma política de saúde que atenda as especificidades GLBTs, particularmente de lésbicas, travestis e transgêneros.
  • Pela ampliação da rede de CTAs.
  • Por um sistema de saúde 100% público
  • Pela laicidade da gestão da saúde
  • Pela ampliação das campanhas de conscientização e prevenção DST/AIDS sem qualquer constrangimento de setores religiosos e conservadores.
  • Pela retirada da resolução da ANVISA, bem como de qualquer outra medida, que proíba a doação de sangue por homossexuais.

(Adaptado do Documento: “Um Programa de Classe Contra a Homofobia” – Seminário Programático do PSTU / 2010)


NOSSAS CONSIDERAÇÕES

Julgamos oportuno e arrojado o programa do partido, no entanto teríamos algo mais a acrescentar e acreditamos que uma “Política de Estado” decente deve levar em conta tais aspectos.

Do ponto de vista político

Nos parece que, muitas vezes, a discussão fica em torno de questões pontuais ou algumas leis muito específicas. Acreditamos que, a exemplo do Estatuto do Idoso e do Eca, deve ser elaborado o Estatuto das Minorias em que conste, além de tudo o que é proposto no programa do PSTU, que os partidos políticos e repartições públicas garantam obrigatoriamente a presença em seus quadros de pessoas explicitamente anti-homofóbicas, em especial travestis, transexuais e transgêneros. Aqui vale lembrar a contribuição de um dos integrantes do grupo de discussão (Carlos):”... que o partido não nos considere apenas como eleitores e consumidores, mas como agentes efetivos do processo...” É importante que a questão LGBT se converta em uma política de estado e não seja um mero adereço nos discursos para torná-los politicamente corretos. Se um partido político se propõe a isso, deve começar dando exemplo em suas fileiras.

Do ponto de vista econômico

Quem pode indicar com precisão o impacto de nossa contribuição no processo produtivo do país? Quem, em sã consciência, é capaz de dizer que existe uma categoria profissional onde não atuam pessoas LGBTs? Em toda categoria profissional existem pessoas nos diferentes estágios de assunção de sua condição sexual. Por isso mesmo julgamos conveniente que sejam criadas  obrigatoriamente “Comissões de Combate à Homofobia e ao Preconceito de Gênero” dentro das empresas e sindicatos; da mesma forma que existem as CIPAs (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes). Além disso, que grandes empresas, especialmente as prestadoras de serviço, sejam obrigadas a contratar travestis e trans, afim de expressar de fato a diversidade que compõe o mundo do trabalho.

Do ponto de vista social

Estado é laico e julgamos que assim o deve ser, e não deve fazer distinção e privilegiar determinadas formas de arranjos familiares; do ponto de vista do Estado a poligamia e outras formas de arranjos familiares devem possuir o mesmo status que a monogamia e a família nuclear patriarcal burguesa. É-nos claro que o Estado não deve se intrometer nas questões pessoais, em especial, nas nossas relações sexuais, mas há “atitudes” e normatividades corroboradas pelo Estado que acabam por interferir em um aspecto fundamental de nossa liberdade que é a livre expressão de nossos afetos e a vivência de nossa sexualidade.

O programa do PSTU é bastante feliz nessa área e contempla muito do que gostaríamos, mas não faz menção às/aos profissionais do sexo e ao direito que elas/eles tem. Achamos que esta questão está intimamente relacionada à questão dos LGBTs.

Além disso, é necessário que sejam adotadas medidas efetivas que contribuam para educar a sociedade para conviver e assumir a diversidade que lhe é inerente, como por exemplo a
criação, nos espaços públicos, de um terceiro banheiro destinado às pessoas travestis e trans. Muitos opositores, inclusive no próprio movimento, são contra essa idéia e afirmam que isso é uma questão menor. Se não é importante, então vamos tirar dos banheiros públicos as indicações de masculino e feminino, vamos transformar todos os banheiros públicos em “multigenéricos”. A resistência a isso, por si só, prova a importância de uma medida desse tipo.

É necessário que a sociedade e o Estado assuma a luta contra a homofobia como assumiu a luta contra o cigarro. Que nós possamos ver em todos os lugares uma plaquinha “Proibido Discriminar” da mesma forma que vemos a de “Proibido Fumar”. 

Do ponto de vista cultural

A opressão a que nós LGBTs estamos submetidos tem também uma dimensão simbólica com características muito singulares. É evidente a ausência na grande mídia de referenciais simbólicos que sejam positivos e que auxiliem os meninos e meninas LGBTs a evoluírem na sua sexualidade de modo saudável. Muitas vezes é a ausência de um referencial simbólico adequado que faz com que muitos jovens homossexuais acabem criando formas de expressão de sua vida sexual neuróticas e menos saudáveis. É primordial que o Estado atente para essa questão, que intervenha firmemente nos meios de comunicação e na indústria cultural como um todo, de maneira a privilegiar as formas de expressão artística e cultural em que predominam o respeito pela diversidade e o combate à homofobia. Aqui nos lembramos de uma idéia defendida pelo colega Wilson, do PSTU: “...que o Estado subsidie formas de lazer e produções culturais para o público LGBT...”

Meu caro amigo e minha cara amiga, se você chegou até aqui PARABÉNS!!  Mas este é apenas um resumo e está em aberto. Há muito o que ser dito, por isso precisamos de sua presença em nossas reuniões. Lembre-se, todo último sábado do mês, na subsede sul de Sto. Amaro da APEOESP (R. Cerqueira César, 480). 
E-MAIL: secretariaglbttapeoesp@gmail.com

FORTE ABRAÇO!!!