terça-feira, 30 de novembro de 2010

FALA DE 27/11/10 – PLENÁRIA ESTADUAL / CSP-CONLUTAS

Os nossos nomes falam apenas da nossa superfície... As vezes é preciso ir mais fundo se quisermos falar de quem somos verdadeiramente e, quando fazemos isso, começamos a descobrir que, quanto mais fundo vamos, mais iguais nos tornamos...

Tudo isso tem a ver com este encontro, esta plenária?
É que, ao trabalhar, nós fazemos quem somos... E nós somos muito mais do que pensamos. Ao trabalhar eu produzo subjetividades, estou me fazendo e fazendo os outros com quem trabalho. Perder essa dimensão do trabalho é alienar-se; torna-se uma ação alienada e alienante... é uma aliena-ação. O trabalho tem uma dimensão totalizante, universalizante, perder a dimensão do todo é alienar-se. Isso significa considerar o trabalho não numa dimensão excludente mas englobadora, integradora, unificadora. Tanto do ponto de vista do indivíduo quanto do ponto de vista do grupo... Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros também são trabalhadores, também trabalham. Muitas vezes o que faço no meu emprego é justamente o contrário de trabalho e quem está desempregado trabalha mais do que eu...

Não creio, como muitos, que não é possível distinguir o certo do errado, o humano do desumano, o sujeito de uma coisa... Recuso-me a ser tratado como uma coisa. Quero crer que sou mais do que um mero objeto. Recuso-me a aceitar que não participo da construção de quem sou... não aceito ficar de fora da construção de mim mesmo, isto é, farei tudo o que puder para que meu trabalho não seja um trabalho alienado, por isso não excluirei da equação algo de fundamental na minha fabricação: ser homossexual.